segunda-feira, 19 de abril de 2010

TESTEMUNHA DE QUEM?


Permitam-me expressar essa questão mesmo que pareça emergir do fundo da minha mais atônita ignorância. A questão a qual me refiro RESIDE NO CAMPO DAS RELIGIÕES, portanto, se és um religioso fervoroso pare de ler este texto agora mesmo!


Ousarei fazer perguntas daquelas que todos sempre querem fazer, porém, por razões de temperatura e pressão desfavoráveis, preferem omiti-las. Vamos então ao assunto. Será que as pessoas praticam religião para se aproximar do DIVINO ou para se diferenciar e parecer ser melhor e mais digna que os outros?

Sinceramente, não sei. Meu objetivo não é responder essas perguntas, pois se já soubesse as respostas não desperdiçaria o meu tempo questionando. A intenção é que o leitor possa respondê-las e me ajude no meu processo de evolução.

Essa tempestade de perguntas invadiu minha mente após a comemoração do 9º aniversário do meu filho mais velho. Uma semana antes ele, todo feliz, saiu para distribuir os convites aos amiguinhos do condomínio com toda a FÉ de que todos compareceriam.

Acredito que a chance de completar mais um ano de vida seja uma grande benção e por isso mesmo deva ser bem comemorada. Desta mesma forma pretendo criar meus filhos, celebrando a vida.

É importante esclarecer que sou um poço de dúvidas e não sei responder nem qual é a minha religião, ou melhor, qual religião sigo. Certeza tenho de que creio em Deus como um SER DIVINO ABSOLUTO, dono de um jardim onde só semeou o bem. Com essa crença me deito e me levanto todos os dias com o objetivo de fortalecer a obra do SER ABSOLUTO, fazer e desejar o bem.

É nesse contexto que se insere a festinha de aniversário do meu filho. Sua data natal coincidiu com a data na qual, no calendário católico desse ano, foi marcada a sexta-feira da PAIXÃO.

Bom os questionamentos começaram por aí. Festejar ou não neste dia de feriado? Festejar seria um desrespeito, até mesmo um pecado?

Com perdão de todos tenho que tecer comentários em relação ao Brasil ser considerado um país católico, apesar do crescimento ativo das religiões protestantes. Na verdade, o Brasil é um país de maioria cristã e para os católicos, tal sexta-feira é um dia triste. Tem gente que não varre casa, não toma banho, não fala com ninguém, não ouve música, não sorri, quanto mais dá uma festa. Pois então, mais uma vez estou perdida na enxurrada de questionamentos.

Se Jesus deu a vida por nós, foi tão pura e simplesmente porque havia amor de sobra em Seu coração e saber que sou amada por Ele só me dá alegria, logo não há espaço para tristeza. Por outro lado, todos já sabem que Ele morreu na cruz, mas ressuscitou no terceiro dia, o que para mim representou o auge do poder, pois sei que hoje Ele está VIVO. Não preciso esperar o domingo de páscoa para comer chocolate enquanto aguardo Jesus voltar, Ele está ao meu lado, assim como agora enquanto escrevo.

Tomei a decisão, vou fazer a festa. Data marcada, hora agendada, tudo em ordem.

Dia da festa, os convidados chegaram, alegria, comida, refrigerantes, fotos, decoração, amor, amizade, tudo o que meu rebento tem direito. Apesar da perfeição dos acontecimentos percebi que meu filho sentia falta de dois amiguinhos queridíssimos. Eles não chegaram e nem viriam à sua festa.

Ao me perguntar a razão, revelei sem propósito e sem necessidade: a religião deles não permite que participem de festa de aniversário. Eles são testemunha de Jeová!
Com semblante de quem se perdeu no caminho da minha resposta, ele me perguntou com ampla sonoridade de sua voz _ testemunha de quem?! Eu ousei esclarecer _ Jeová. Ele retrucou, _ quem é essa, meu Deus?! Eu disse _ Jesus, Papai do céu...

O menino muito rápido disse _ah, testemunha de Jesus! Eu considerei _ de Jeová. Ele já sem paciência disse, reunindo todos os meus questionamentos _quem é esse? _ o que é isso e por que eles não podem cantar parabéns comigo? _ acho que eles não gostam de mim.

Nessas horas eu queria muito ser dotada de toda a sabedoria, mas como qualquer outro mortal me senti encurralada e nada expliquei ao meu filho. Então pergunto a quem puder responder. Por que essa doutrina religiosa não comemora aniversários e o natal de Cristo?

Ah caro leitor, não agüentei esperar por respostas. Parti para a pesquisa e descobri que as testemunhas de Jeová não comemoram o natal e nenhum aniversário porque na Bíblia não há nem mesmo o registro do dia em que Jesus nasceu e há relato de festas de aniversários de povos conhecidos como pagãos, como Herodes, que em sua festa realiza o desejo de sua filha, a cabeça de João Batista.

Plausível? Sim. O importante que o Brasil é um país de sólida liberdade religiosa e por isso temos que ensinar nossos filhos a respeitar a religião alheia mesmo que não esteja de acordo.

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